Anglo American Níquel Brasil fortalece avanços científicos no IPTSP/UFG com doação de equipamentos

Anglo American Níquel Brasil fortalece avanços científicos no IPTSP/UFG com doação de equipamentos

Compromisso mútuo entre mineradora e Instituto impulsiona inovação e pesquisa para o CMBiotecs

Texto: Marina Sousa
Fotos: Letícia Lourencetti

O Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/UFG) celebra a doação feita pela Anglo American Níquel Brasil, que consiste em dois equipamentos de alta relevância, como QuantStudio para PCR em tempo real  ou RT-PCR e um KingFisher - Extrator de DNA e RNA, ambos da Thermo Fisher. Estes equipamentos desempenham um papel crucial nos laboratórios, permitindo a identificação e amplificação de material genético, como o RNA e também a purificação de amostras como proteínas, DNA, RNA e separação celular.

Equipe do CMBiotecs  Anglo American Níquel Brasil
Equipe do CMBiotecs e Anglo American Níquel Brasil celebram a assinatura do termo de doação

 

O RT-PCR foi estrategicamente instalado no Laboratório de Biologia Molecular  e o Extrator de DNA foi instalado no Laboratório de Preparo de Amostras Biológicas  do Centro Multiusuário de Pesquisa de Bioinsumos e Tecnologias em Saúde (CMBiotecs). Destaca-se que os laboratórios de pesquisa multiusuários têm como missão fundamental oferecer suporte às atividades de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e inovação. Este apoio não se restringe apenas à comunidade científica da Universidade Federal de Goiás (UFG), mas se estende à comunidade externa que busca acesso à infraestrutura laboratorial de ponta e serviços especializados. Vale ressaltar que o CMBiotecs conta com uma equipe técnico-científica de reconhecida competência, fortalecendo ainda mais sua capacidade de contribuir para avanços significativos nesse campo.

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QuantStudio- PCR em tempo real (Foto:Marina Sousa).

 

A entrega dessa doação foi conduzida pelo geólogo e gerente-geral de Exploração, Rodrigo Martins, e pela coordenadora de Planejamento e Gestão, Mariana Antonov, ambos da mineradora. Esta ação contou com a presença da Pró-Reitora Adjunta de Pesquisa e Inovação (PRPI/UFG) e docente do IPTSP, Fabíola Souza Fiaccadori, e da diretora do Instituto, Flávia Aparecida de Oliveira, que uniram esforços para formalizar a doação por meio da assinatura do termo.

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 KingFisher - Extrator de DNA e RNA (Foto:Marina Sousa).

 

Participaram ativamente deste momento especial a professora do IPTSP, Menira Borges Lima; a coordenadora do CMBiotecs, Elaine Jacob da Silva; o vice-coordenador do CMBiotecs, Lucas Barreto; e a técnica de laboratório, Antonella Del Buono Guimarães. Juntos, essa equipe diversificada e dedicada fortaleceu os laços entre a comunidade acadêmica, a mineradora e a busca contínua por avanços científicos e tecnológicos.

A empresa que é uma das maiores do ramo no mundo, possui minas de exploração de níquel nas cidades de Barro Alto e Niquelândia, no interior do Estado de Goiás, e identificou a possibilidade de fazer a doação para o IPTSP/UFG devido a importante atuação do Laboratório de Virologia e Cultivo Celular (LabVICC/IPTSP) no auxílio à Rede de Laboratórios de Suporte ao Diagnóstico da Infecção pelo SARS-CoV-2, criado na UFG, e coordenado por Fiaccadori, durante a pandemia, com vistas a contribuir com gestores públicos, fornecendo instrumentos que auxiliassem a tomada de decisões estratégicas de combate a Covid-19.

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Assinatura do termo de doação entre a UFG e a Anglo American Brasil . Da direita para esquerda, gerente-geral de Exploração, Rodrigo Martins, diretora do Instituto, Flávia Aparecida de Oliveira e Pró-Reitora Adjunta de Pesquisa e Inovação (PRPI/UFG), Fabíola Souza Fiaccadori

 

O acordo de doação assinado entre a UFG e a  Anglo American Níquel Brasil marca de modo profícuo o compromisso das instituições com o progresso da ciência. Durante o encontro, a estrutura multiusuária do CMBiotecs foi apresentada para os integrantes da Anglo American Níquel Brasil que ficaram impressionados com toda a capacidade de desenvolvimento científico que o centro abriga, além de ter sido salientado a importância de parcerias entre instituições públicas e privadas para o desenvolvimento científico e tecnológico. “Nós da Anglo American pensamos na UFG por conta de todo o potencial que a universidade tem e de como vem sendo realizados aqui diversas pesquisas e atividades de grande repercussão, e a gente sabe que em nossa área nós precisamos muito disso”, ressalta o gerente-geral de Exploração, Rodrigo Martins.

A coordenadora do CMBiotecs Elaine Jacob da Silva explica que os equipamentos doados, QuantStudio e KingFisher, se somam aos outros equipamentos que o Laboratório de Biologia Molecular já possuía, ampliando e diversificando o número de atendimentos. O KingFisher, por exemplo, otimiza o tempo gasto para realização de extração do material genético, substituindo etapas que anteriormente eram feitas manualmente, além de proporcionar padronização do processo. Vale ressaltar que a Anglo American contratou o fabricante dos equipamentos para ministrar o treinamento da equipe técnica do CMBiotecs,  onde foi  abordado  teoria e prática e que foi extremamente proveitoso contribuindo ainda mais para um atendimento de excelência aos usuários. “As doações possibilitam aumento de usuários atendidos pelo CMBiotecs e contribuem para o desenvolvimento de projetos de pesquisa. Além disso, reforça que plataformas multiusuárias como as que o CMBiotecs possui, tem grande potencial para captação de recursos, incluindo doações e parcerias”, explica  Elaine Jacob da Silva.

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Coordenadora do CMBiotecs, Elaine Jacob da Silva guiou a visita aos laboratórios onde os equipamentos foram instalados

 

A diretora do IPTSP, Flávia Aparecida de Oliveira, destaca que a prática da ciência é extremamente desafiadora. “A gente sabe o quanto essa ação de hoje é importante para a nossa instituição, e certamente esses equipamentos vão impactar muitas pessoas e isso é o que a gente mais valoriza enquanto universidade. Que o conhecimento seja difundido e oportunizado para todos”. A Pró-reitora da PRPI, Fabíola Souza Fiaccadori, contou que toda a equipe ficou muito satisfeita por ter sido lembrada pela Anglo American, visto que a mineradora tem presença mundial. “Isso mostra também a atuação da UFG. Quando começamos a trabalhar com a Rede tivemos uma dificuldade em relação a equipamentos, e ter mais PCR que tem condições de fornecer os resultados de modo mais ágil é primordial para o que estávamos vivendo na época, pois tinha muita gente que estava em casa e com medo do desconhecido, e nós queríamos ajudar, já que sabíamos como os protocolos nestes casos funcionam”. Ela ressalta ainda sobre a importância dos parceiros que apoiaram a Rede de Laboratórios de Suporte ao Diagnóstico da Infecção pelo SARS-CoV-2 da UFG durante todo o período de atuação e de todas as equipes envolvidas, Direção do IPTSP e outras unidades acadêmicas da instituição.

 

Ações de Impacto

Em 2020, diante do alerta emitido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a pandemia de Covid-19, vivenciamos um período marcado pela tensão e pela escassez de respostas. Nesse contexto desafiador, a Universidade deu um passo crucial ao estabelecer a Rede UFG de Suporte Institucional ao Diagnóstico Molecular da Infecção pelo SARS-CoV-2.

Essa iniciativa foi concretizada por meio de três laboratórios comprometidos em prestar atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), todos devidamente credenciados. O LABCOVID, sob a liderança das docentes Fabíola Souza Fiaccadori e Menira Borges de Lima, recebe apoio do Laboratório Professora Margarida Dobler Komma (LMDK) do IPTSP, assim como do Laboratório de Análises Clínicas e Ensino em Saúde (LACES), do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), e do Laboratório Rômulo Rocha (LRR), da Faculdade de Farmácia (FF).

Atividades de adequação da estrutura – mudanças; reforma; limpeza; instalação de  equipamentos.

 Atividades de adequação da estrutura – mudanças; reforma; limpeza; instalação de  equipamentos que a Rede realizou para o andamento do projeto. Foto: Arquivo da Rede

 

Essa união de esforços e expertise representa um comprometimento notável da UFG no enfrentamento da pandemia, destacando-se pelo apoio direto aos serviços de saúde e pela contribuição valiosa ao diagnóstico molecular da infecção por SARS-CoV-2. A Rede foi criada com o objetivo de fornecer instrumentos que auxiliassem os gestores públicos  nas tomadas de decisão para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. A docente Menira Borges de Lima, explica  que na época todos esses laboratórios foram adaptados para diagnóstico do SARS-CoV-2. 

Treinamentos dos voluntários participantes da ação.
Treinamentos dos voluntários participantes da ação. Foto: Arquivo da Rede

 

Outros institutos da UFG também fortaleceram a ação, como a Faculdade de Enfermagem, a Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ-UFG), Escola de Agronomia (EA), bem como órgãos de setores públicos e privados, como a Adufg, Funape, Fapeg, Ministério Público do Trabalho de Goiás e Containers Cesar, bem como Fundação de Desenvolvimento de Tecnópoles (FUNTEC), Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN-GO), Secretaria de Estado da Saúde (SES/GO), Secretaria Municipal de Saúde – (SMS/Goiânia), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC/FINEP),  foram primordiais para o estabelecimento da Rede, por meio do empréstimo de equipamentos, doações Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), reforma, adaptações na estrutura física e recursos para que as atividades de enfrentamento da pandemia fossem possíveis. 

 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), consumíveis e reagentes obtidos por doação  ou por recursos financeiros para a compra
 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), consumíveis e reagentes obtidos por doação  ou por recursos financeiros para a compra. Foto: Arquivo da Rede

 

As atividades desenvolvidas pela Rede desde o início da pandemia até março de 2023 foram: Testagem molecular para SARS-CoV-2; Testagem por teste rápido; Caracterização Molecular das Variantes de SARS-CoV-2;  Avaliação de coinfecção de SARS-CoV-2 e Influenza A e B, e Detecção do genoma de Influenza A e Influenza B.
Neste período foram realizados mais de seis mil testes moleculares, aproximadamente quatro mil testes rápidos, foi feito também  a caracterização molecular de variantes de SARS-CoV-2 em 1.724 amostras e investigada a presença de coinfecção de SARS-CoV-2, Influenza A e B, bem como a detecção do genoma de influenza em mais de 500 amostras.

Momentos da equipe de voluntários nas diferentes atividades desenvolvidas pela REDE.
Momentos da equipe de voluntários nas diferentes atividades desenvolvidas pela Rede.  Foto: Arquivo da Rede

 

"Foram dias desafiadores para todos os envolvidos na Rede, nos quais nos vimos diante da necessidade de implementar rigorosos protocolos de segurança, dada a real ameaça de contaminação. Foi crucial treinar nossa equipe, adotar precauções meticulosas e garantir que todos pudessem retornar para casa de maneira segura e tranquila, na medida do possível. Além do fato de que ficávamos aqui direto, pois recebíamos ligações cobrando os resultados de amostras e que precisava da liberação, então fazíamos todo o possível e até o impossível para dar conta dessas demandas, o envolvimento de todos realmente foi muito grande”, relata a professora Menira.

Profa Menira relatando as experiências de atuação da Rede durante a pandemia
Professora Menira Borges de L. Dias e Souza relatou as experiências de atuação da Rede durante a pandemia

 

A docente do LabVICC também destaca o empenho excepcional da equipe, especialmente considerando que alguns alunos se deslocavam de suas residências para o laboratório. "Alguns deles utilizavam transporte público, enfrentavam deslocamentos significativos para contribuir com seu trabalho no laboratório, e todos demonstravam constante preocupação com a qualidade dos resultados dos testes. Foi, sem dúvida, um período desafiador, mas também recompensador".

Estabelecimento dos três laboratórios da REDE UFG DE SUPORTE INSTITUCIONAL AODIAGNÓSTICO MOLECULAR DA INFECÇÃO PELO SARS-CoV-2
Estabelecimento dos três Laboratórios da Rede UFG de Suporte Institucional ao Diagnóstico Molecular da Infecção Pelo SARS-Cov-2 . Foto: Arquivo da Rede

 

Fonte: Comissão de Comunicação IPTSP